Os viadutos de Porto Velho passaram para o rol das
obras inacabadas em Rondônia e no Brasil, similar à que foi os viadutos de
Pimenta Bueno que demorou mais de 15 anos para ficarem prontos, sendo que as
causas apontam em falhas técnicas de orçamento e que é usada como fator
político de todos os candidatos.
Mas o que realmente está por trás da não conclusão
desta obra importante para solucionar a mobilidade urbana da capital? Será um
problema de projeto, de orçamento, de execução ou o conjunto de todos estes
fatores?
Uma coisa é certa, trata-se na verdade de uma falha
da Engenharia, mesmo que tenha havido alguma situação jurídica, pois quanto se
projeta uma obra de Engenharia deve-se levar em conta todos os fatores que
podem gerar algum tipo de transtorno na sua execução.
Inicialmente é importante fazer uma observação
sobre a instituição que assume a responsabilidade pela execução da obra, pois a
cada obra tem sua complexidade; portanto para fazer determinada obra é
necessário que a instituição tenha expertise para projetar, orçar e executar,
haja vista que já conhece todos as fases de sua execução e principalmente, já
conhece os possíveis problemas que irá enfrentar durante a execução.
Neste sentido a obra que foi dado a Prefeitura de
Porto Velho que não tem experiência neste tipo de obra, portanto foi uma opção
errada; sua experiência está focada em postos de saúde, escolas, obras de
pequeno porte, onde de seu planejamento até sua finalização é de menor
complexidade; já a execução de viaduto se faz necessário conhecimento mais
aprimorado de obras de médio e grande porte, pois envolve uma logística maior,
além de profissionais experientes na execução, como na fiscalização.
A mídia bate no viés político em função de ser uma
obra inacabada, entretanto a causa da paralização e da solução depende da
engenharia, pois os problemas podem ser de projeto, orçamento ou de execução de
obra, haja vista que já foi dado publicidade que durante sua execução se fez
necessário duas revisões de projeto, onde o valor da obra saiu de R$ 88 milhões
para R$ 140 milhões, demonstrando de forma clara erros de projeto, o que leva a
erro de orçamento.
A engenharia é uma ciência exata, portanto a
identificação de erros pode ser feita de forma mais segura e assim, podemos ver
até que ponto o lado político causou algum dano a obra e qual foi o valor desse
dano, fica fácil de apontar os culpados e se ocorreu alguma ação política
negativa, como por exemplo desvio de recursos; se torna mais segura a apuração
por parte dos órgãos de controle.